
A "cômica colisão de Caos e acaso" dirigida por Jasmin Dizdar não é mais um drama cindiano, prometo. Só é um drama de ser procurado pra alugar, mas virem-se, vocês não são quadrados.
O filme, filmado na maior parte do tempo na Inglaterra, faz uma mistura de conflitos tomar a forma de histórias que se entrecruzam e acabam se enrolando numa grande história de conflitos globais, regionais e de identidade.
Como o filme é anterior ao americano Crash, o último parece ter sido em parte referência do outro, inclusive em usar pessoas comuns em conflitos regionais comuns, agrupando nisso toda a idéia do mundo em processo de globalização, do "atraso", da hipocrisia, e dos problemas da aceitação do outro. Chama-se referência, e não plágio, é claro.
Beautiful People consegue fazer isso com mais humor e com menos recursos que Crash, sendo que Crash consegue fazer com que as situações sejam acasos bem menos impossíveis que em Beautiful People. Nesse caso, eu dou moral também para os americanos, porque, pelo menos, não fizeram um plágio mal-feito. Opa, eu disse plágio? Não disse, quem sou eu pra dizer uma coisa assim. Confesso minha ignorância quanto ao caso.
Para quem gostou do ganhador do Oscar, devo dizer que Beautiful People tem uma proposta sensivelmente diferente, trata de guerra em maior escala, até pela proximidade - tanto temporal, quanto espacial - que os países europeus têm com os conflitos armados; também quando trata de minorias, os imigrantes é que são o outro mais apresentável e não tomam a forma do europeu, nem se igualam a ele. Ou seja, a conclusão é outra, menos idealista, mais inglesa-moderna-globalizada, e provavelmente se proporia mais equilibrada.
Dou *********